Artigo de Opinião

Publicado no Suplemento de Seguros, do Jornal VidaEconómica, a 19 de Novembro de 2021.

Diretor Geral da DefendeRisk Consultoria, Engenheiro Lúcio Pereira da Silva

 

Seguro de crédito

Oseguro de crédito admite a gestão do crédito a clientes e garante o não pagamento das vendas a crédito de bens e serviços, efetuadas não só em Portugal, mas
também no estrangeiro. Este seguro destina-se ao mercado empresarial (“business to business”) e minimiza o impacto financeiro nas empresas fornecedoras quando acontecem situações de incumprimento.
A gestão de risco nas empresas reserva ao seguro de crédito o papel de uma ferramenta que permite prevenir perdas e minimizar o impacto negativo na tesouraria da empresa no caso de incumprimento no pagamento das vendas a crédito.
Além de que melhora o controlo financeiro, assim como a eficácia operacional, consequência de uma avaliação nas decisões de crédito sempre sustentada no conhecimento do maior número de dados financeiros do cliente, bem como a sua avaliação, ou seja, realizando a gestão do risco possível, de acordo com as necessidades de financiamento da empresa.
O seguro de crédito pode, em algumas situações, ser uma alternativa de financiamento no processo de internacionalização, pois é um importante esforço para as empresas que decidem dar o salto para outros mercados, tanto económico como logístico.
A globalidade aumentou e, paralelamente, também evoluiu drasticamente a concorrência empresarial, aumentando os riscos que as empresas defrontam diariamente. Consequência deste aumento dos riscos, a segurança das exportações também evoluiu e foram desenvolvidas soluções de seguro para apoiar a gestão e o financiamento da internacionalização.
Estes seguros são constituídos, basicamente, por coberturas de risco para as empresas exportadoras e têm o objetivo de ajudar e auxiliar face a possíveis riscos de incumprimento comercial.

Os seguros de crédito à exportação oferecem coberturas de risco de grande amplitude, no entanto, a empresa deve analisar com todo o rigor a evolução dos riscos comerciais que tem identificado nos seus clientes, assim como as suas probabilidades e quais os impactos? Após este exercício de análise aos cenários possíveis, os resultados de êxito aumentam exponencialmente, consequência da gestão de créditos e dos riscos comerciais.
É uma excelente ferramenta para a prevenção do risco de incumprimento e para a proteção das consequências negativas que daí advêm, tais como a a possível falta de liquidez, assim como as despesas da gestão de cobrança. Na análise do risco de incumprimento de determinado cliente, existe a possibilidade de monitorizar os clientes numa plataforma on-line segura e de fácil gestão, para a consulta de informações sobre a apólice de seguros, gestão dos riscos e obtenção de dados importantes, em tempo real, via web, em qualquer parte do mundo, com o único objetivo de vender com segurança.
As soluções em termos de apólice a subscrever pode ser flexível e ajustada de acordo com as características de cada cliente, de modo a satisfazer as suas reais necessidades, permitindo que seja contratualizada uma apólice eficiente e ajustada às necessidades em termos de risco seguro.

O período de indemnização deve ser tido em conta no momento de contratualizar esta apólice, dado que é a altura em que é realizada a declaração de ameaça de sinistro.
A apólice contratualizada pode ainda conter a possibilidade de o segurado segurar apenas uma ou várias faturas de um cliente, assim como a percentagem a garantir, que pode variar e não ser 100% .
A apólice tradicional de seguro de crédito cobre todas as faturas que o segurado pretenda segurar da sua carteira de clientes nacionais e/ou internacionais previamente analisados pelo segurador, sem necessidade de cobrir a totalidade dos clientes.
O seguro de crédito pode ser contratualizado para cobrir uma fatura que o segurado pretenda segurar de um cliente nacional ou internacional ou também pode cobrir todas as faturas de um único cliente.
Atualmente, as ferramentas de análise e controlo são a base para uma tomada de decisão consciente quanto ao risco que o empresário quer assumir na relação comercial com os seus clientes. Este processo
traduz-se, muitas vezes, numa rigorosa engenharia financeira através da implementação de critérios contabilísticos e de exposição ao risco de incobráveis.
Naturalmente que esta situação não é de todo desejada pelas empresas, assim, deve o decisor considerar sempre a tramitação desse mesmo risco para uma entidade terceira, o Segurador.